Creatina: Como usá-la para obter mais força, potência e melhor recuperação.
Resumo: A creatina é um dos suplementos mais estudados e eficazes para aumentar a força, a potência e acelerar a recuperação. Neste guia prático e baseado em evidências, aprenderá o que é, como funciona, como tomar (dosagem, horário), quem beneficia, mitos desmistificados e protocolos úteis para diferentes objetivos.
Índice
- O que é a creatina?
- Benefícios comprovados
- Como a creatina atua no organismo
- Tipos de creatina: qual escolher?
- Dosagem e protocolos (fase de carga vs. fase de manutenção)
- Momento ideal: Quando tomar?
- Combinações e sinergias (hidratos de carbono, proteínas, cafeína)
- Segurança, efeitos secundários e contraindicações
- Mitos comuns sobre a creatina
- Os níveis de creatina variam de acordo com a população: mulheres, idosos, veganos.
- Guia prático: como usar a creatina passo a passo
- Perguntas frequentes
- Produtos recomendados (incluindo Foodelis)
- Referências científicas
O que é a creatina?
A creatina é um composto natural formado por três aminoácidos: glicina, arginina e metionina. No organismo, é armazenada principalmente nos músculos esqueléticos sob a forma de fosfocreatina (creatina fosfato), e a sua principal função é auxiliar na regeneração do trifosfato de adenosina (ATP), a fonte imediata de energia para contrações musculares intensas e de curta duração.
Está também presente nos alimentos de origem animal (carnes vermelhas, peixe) e pode ser sintetizada pelo próprio organismo. A suplementação com creatina monohidratada aumenta os stocks intramusculares de creatina e fosfocreatina, resultando numa maior capacidade de produção rápida de energia durante o exercício intenso.
Benefícios comprovados
A creatina é um dos suplementos com maior evidência científica. Entre os seus benefícios mais sólidos estão:
- Aumento da força máxima e da força relativa : melhoria nas repetições e nas cargas em exercícios compostos.
- Aumento de potência : os sprints, saltos e testes de potência melhoram com o uso de creatina.
- Maior massa muscular magra : devido ao aumento da capacidade de trabalho e à retenção de água intracelular (temporária).
- Melhor recuperação : redução dos danos musculares e melhor retorno nas séries seguintes.
- Benefícios cognitivos e neurológicos : Em condições específicas (privação de sono, envelhecimento), observou-se uma melhoria cognitiva, mas as evidências ainda estão a surgir.
Estas conclusões são apoiadas por múltiplas meta-análises e revisões sistemáticas que mostram efeitos positivos na força, potência e desempenho anaeróbio [ver referências no final].
Como a creatina atua no organismo
O principal mecanismo está relacionado com o sistema fosfagénico:
- Durante esforços curtos e intensos (por exemplo, levantamento de pesos, corrida de velocidade), o ATP é consumido muito rapidamente.
- A fosfocreatina doa um fosfato ao ADP para regenerar o ATP imediatamente, prolongando a capacidade de trabalhar em curtos períodos de alta intensidade.
- Ao aumentar as reservas de fosfocreatina, as células musculares podem sustentar uma maior potência durante mais repetições ou sprints.
Além disso, a creatina influencia outros processos celulares: hidrata as células musculares (hipertrofia celular), pode modular a síntese proteica e reduzir os marcadores de danos musculares e inflamação após exercício intenso.
Tipos de creatina: qual escolher?
Existem diversas formas de creatina disponíveis no mercado. A maioria das evidências clínicas e análises de custo-benefício favorecem a creatina monohidratada. As formas mais comuns são descritas abaixo:
Monohidrato de creatina
A forma mais estudada e recomendada. Elevada eficácia, segurança comprovada e custo acessível. A sua versão micronizada melhora a solubilidade.
Cloridrato de creatina (HCl)
É anunciado como tendo maior solubilidade e menor desconforto gastrointestinal em algumas pessoas, mas as evidências de maior eficácia são limitadas.
Éster etílico da creatina e outras formas
Outras variantes (éster etílico, malato, nitrato) têm menos suporte científico do que o mono-hidrato e são geralmente mais caras. Não há evidências consistentes de que superem o mono-hidrato em resultados práticos.
Dosagem e protocolos: fase de carga versus fase de manutenção
Duas estratégias principais para aumentar os stocks de creatina intramuscular:
Protocolo de carregamento rápido
- Fase de carga: 20 g/dia no total, divididos em 4 doses de 5 g, durante 5 a 7 dias.
- Fase de manutenção: 3–5 g/dia para manutenção indefinida ou durante o período desejado.
- Vantagem: Aumenta as reservas musculares mais rapidamente (em 5 a 7 dias).
- Desvantagem: maior ingestão inicial e possibilidade de ligeiro desconforto gastrointestinal ou retenção hídrica intramuscular precoce.
Protocolo sem carga (lento)
- Tomar 3 a 5 g/dia desde o início.
- São necessárias cerca de 3 a 4 semanas para atingir níveis de saturação muscular semelhantes aos do protocolo de carga.
- Menor risco de desconforto gastrointestinal e adesão mais simples.
Ambos os protocolos são eficazes. A escolha depende do prazo (por exemplo, se precisa de resultados rápidos antes de uma competição) e da preferência pessoal.
Momento ideal para tomar creatina: Quando devo tomá-la?
A investigação não demonstra um período crítico tão restrito que faça com que o benefício desapareça. No entanto, existem recomendações práticas baseadas em evidências acumuladas:
- A consistência é mais importante do que o horário exato: a toma diária produz a saturação muscular necessária.
- Pós-treino: Vários estudos sugerem pequenos benefícios se a creatina for consumida no período pós-treino, acompanhada de hidratos de carbono/proteínas para otimizar a absorção. Um ensaio clínico demonstrou um melhor ganho muscular quando ingerida após o treino, em comparação com o pré-treino.
- Nos dias de descanso: tomar o medicamento sempre à mesma hora ajuda na adesão ao tratamento (por exemplo, de manhã com o pequeno-almoço ou com uma refeição).
Resumindo: se procura otimizar os seus resultados, tome 3 a 5 g após o treino com hidratos de carbono ou proteínas; caso contrário, tome 3 a 5 g regularmente a qualquer hora do dia.
Combinações e sinergias
Alguns nutrientes podem promover a absorção da creatina e a sua ação:
Hidratos de carbono e proteínas
A insulina promove a absorção de creatina pelas células musculares. Consumir creatina com uma fonte de hidratos de carbono (por exemplo, 30 a 50 g) ou hidratos de carbono combinados com proteína pode aumentar ligeiramente a retenção de creatina no músculo. Na prática, combiná-la com um batido pós-treino ou uma refeição rica em hidratos de carbono e proteína é uma estratégia simples e eficaz.
Cafeína
A interação entre a creatina e a cafeína tem sido estudada com resultados mistos. Alguns estudos sugerem que a cafeína não anula os efeitos da creatina, enquanto outros apenas encontram uma interferência marginal no desempenho em atividades de alta intensidade. A recomendação prática: não se preocupe em consumir ambas, mas teste a sua tolerância, sobretudo se estiver a ingerir doses elevadas de cafeína antes do treino.
Beta-alanina, proteínas e outros recursos ergogénicos
A combinação de creatina com beta-alanina pode ser benéfica para esforços repetidos de alta intensidade e duração moderada. A creatina e a proteína atuam em conjunto para maximizar o ganho muscular quando combinadas com o treino de força.
Segurança, efeitos secundários e contraindicações
A creatina, especialmente o monohidrato, é segura para a maioria dos adultos saudáveis quando utilizada nas doses recomendadas (3–5 g/dia). Considerações:
- Efeitos gastrointestinais: Algumas pessoas apresentam desconforto ou diarreia com doses elevadas (por exemplo, 20 g/dia durante a fase de carga). Dividir a dose ou utilizar um protocolo sem fase de carga evita, geralmente, estes problemas.
- Retenção de água: é comum um aumento inicial da água intracelular (não necessariamente gordura). Isto pode resultar num ligeiro ganho de peso.
- Rins: Em pessoas com função renal normal, não existem evidências robustas de danos renais decorrentes da suplementação nas doses recomendadas. Em pessoas com doença renal preexistente, é prudente consultar um médico antes de utilizar creatina.
- Interações: Poucas interações medicamentosas relevantes. Consulte um profissional de saúde se estiver a tomar medicamentos ou tiver problemas médicos significativos.
As revisões a longo prazo mostram uma boa tolerabilidade mesmo em estudos que acompanharam os participantes durante anos, mas recomenda-se supervisão médica caso existam preocupações médicas prévias.
Mitos comuns sobre a creatina
- "A creatina é um esteróide" : Falso. A creatina é um nutriente orgânico natural, não uma hormona ou um esteróide.
- "Causa danos renais" : Não em indivíduos saudáveis nas doses padrão, de acordo com vários estudos. As pessoas com doença renal devem evitar o uso ou consultar um médico.
- "Causa calvície" : As evidências não demonstram que a creatina cause queda de cabelo. Um pequeno estudo observou um aumento da dihidrotestosterona em jogadores de rugby, mas os dados são insuficientes para concluir sobre a relação de causa e efeito.
- "É só para homens/halterofilistas" : Não. As mulheres, os atletas de força, os atletas de equipa e os idosos também beneficiam.
- "É preciso fazer ciclos" : não é necessário fazer ciclos com creatina; pode ser utilizada continuamente durante o tempo que for desejado e não há qualquer contraindicação.
Creatina por população
Mulheres
As mulheres experimentam benefícios comparáveis aos dos homens em termos de força e desempenho. O medo de retenção de líquidos ou de parecer "demasiado musculada" é geralmente infundado; a creatina auxilia na composição corporal e no desempenho.
Idosos
A creatina, combinada com o treino de resistência, pode ajudar a preservar a massa e a força muscular em adultos mais velhos, com implicações na mobilidade e na prevenção da sarcopenia.
Veganos e vegetarianos
As pessoas que não consomem carne tendem a ter níveis basais de creatina mais baixos e podem apresentar respostas mais elevadas ao suplemento em termos de força e função cognitiva relativa.
Atletas jovens e adolescentes
A creatina tem sido utilizada em jovens atletas sob supervisão, sendo que os protocolos e as dosagens são geralmente os mesmos (3–5 g/dia). A supervisão de um profissional de saúde ou de nutrição desportiva é sempre recomendada aquando da sua utilização em menores de idade.
Guia prático: como usar a creatina passo a passo
Protocolo recomendado, claro e simples:
- Escolha creatina monohidratada de qualidade (micronizada se desejar melhor solubilidade).
- Decida se vai utilizar uma fase de saturação: se pretende resultados rápidos, tome 20 g/dia (4 x 5 g) durante 5 a 7 dias. Se preferir simplicidade, tome 3 a 5 g/dia desde o início.
- Tomar 3 a 5 g por dia para manutenção. Esta dosagem costuma ser ideal após o treino; em dias de descanso, tomar à refeição.
- Mantenha-se adequadamente hidratado; a creatina retém água intracelular, sendo recomendado beber muita água.
- Se desejar, combine com hidratos de carbono/proteínas para uma maior absorção (por exemplo, um batido pós-treino com 20 a 40 g de hidratos de carbono + 20 a 30 g de proteína).
- Consulte um profissional de saúde se tiver doença renal, estiver grávida ou a amamentar, ou se tomar medicamentos de toma contínua.
Exemplo de um protocolo de hipertrofia (nível principiante-intermédio)
- Dias 1 a 7: 20 g/dia (4 séries de 5 g) ou omitir a fase de carga.
- A partir do 8º dia: 5 g/dia após o treino.
- Duração: indefinida, desde que existam objetivos de treino de força e desempenho.
Exemplo de potência (velocistas, saltadores)
- 3–5 g/dia para manutenção (ou pré-carga se houver competição importante a aproximar-se).
- Consumo preferencial: 30 a 60 minutos após o treino ou imediatamente após.
Perguntas frequentes (FAQ)
Posso misturar creatina em água ou café?
Sim. Misturá-la em água, sumo ou batido é seguro. A creatina mantém-se estável no café, embora o calor extremamente elevado e a exposição prolongada possam, teoricamente, afetar a sua estabilidade; na prática, isto não é um problema numa chávena normal.
Se deixar de tomar, vou perder o ganho de massa muscular?
A creatina ajuda a melhorar a qualidade do seu treino e a construir massa muscular. Se parar de a tomar, os seus níveis de creatina intramuscular voltarão ao normal em poucas semanas, e o desempenho poderá diminuir ligeiramente. A massa magra que ganhou com o treino não será perdida imediatamente, mas poderá notar uma ligeira queda no desempenho ou no volume (água intracelular) dentro de 2 a 4 semanas.
A creatina engorda?
Pode provocar um aumento de peso inicial devido à retenção de água intracelular (cerca de 0,5 a 2 kg em algumas pessoas). Isto não é ganho de gordura propriamente dito. Com treino e um excedente calórico, é possível ganhar massa muscular.
Posso utilizar creatina com outros suplementos?
Sim. É comum combiná-lo com proteína, beta-alanina, cafeína ou suplementos pré-treino. Certifique-se de que a quantidade total de ingredientes não excede as doses seguras.
Produtos recomendados e onde comprar
Para garantir a qualidade, procure creatina monohidratada pura, idealmente micronizada, com certificações de terceiros (por exemplo, testes realizados por terceiros) e um rótulo claro sobre o conteúdo e a dosagem por porção.
Se procura uma opção local e fiável, a Foodelis oferece creatina monohidratada em pó. Confira as informações e especificações do produto:
- Foodelis Creatina Monohidratada — creatina monohidratada pura, indicada para força e desempenho.
- Coleção de suplementos Foodelis — veja combinações com proteínas e outras características ergogénicas.
Conselhos de compra:
- Prefira o mono-hidrato micronizado para uma melhor dissolução e relação custo-benefício.
- Confira a lista de ingredientes (idealmente, apenas creatina monohidratada).
- Procure políticas de devolução fiáveis e um bom serviço de atendimento ao cliente.
Referências científicas e leituras recomendadas
Eis alguns estudos e revisões importantes que corroboram as recomendações acima referidas. Incluí os links para que os possa consultar:
- Kreider RB, Kalman DS, Antonio J, et al. Posicionamento da Sociedade Internacional de Nutrição Desportiva: segurança e eficácia da suplementação de creatina no exercício, desporto e medicina. J Int Soc Sports Nutr. 2017;14:18. Disponível em: https://jissn.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12970-017-0173-z
- Cooper R, Naclerio F, Allgrove J, Jimenez A. Suplementação de creatina com foco específico no desempenho físico/desportivo: uma atualização. J Int Soc Sports Nutr. 2012;9:33. Disponível em: https://jissn.biomedcentral.com/articles/10.1186/1550-2783-9-33
- Rawson ES, Volek JS. Efeitos da suplementação de creatina e do treino de resistência na força muscular e no desempenho do levantamento de pesos. J Strength Cond Res. 2003;17(4):822-31. PubMed: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/14703163
- Buford TW, Kreider RB, Stout JR, et al. Posicionamento da Sociedade Internacional de Nutrição Desportiva: suplementação de creatina e exercício. J Int Soc Sports Nutr. 2007;4:6. Disponível em: https://jissn.biomedcentral.com/articles/10.1186/1550-2783-4-6
- Chilibeck PD, Kaviani M, Candow DG, Zello GA. Efeito da suplementação de creatina durante o treino de resistência na massa magra e na força muscular em adultos mais velhos: uma meta-análise. Open Access J Sports Med. 2017;8:213-226. PubMed: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28400978
- Persky AM, Rawson ES. Segurança da suplementação de creatina. Subcell Biochem. 2007;46:275-89. PubMed: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/17366369
- Gualano B, Roschel H, Lancha AH Jr, Rawson ES, Duncan ND, Brightwell CR. Na saúde e na doença: a ampla aplicação da suplementação com creatina. Amino Acids. 2012;43(2):519-529. PubMed: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/22122523
- Dechent P, Pouwels PJ, Wilken B, Hanefeld FA, Frahm J. Aumento da creatina total no cérebro humano após suplementação oral de creatina monohidratada. Am J Physiol Regul Integr Comp Physiol. 1999;277(3):R698-704. PubMed: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/10473687
- Smith AE, Fukuda DH, Kendall KL, et al. Os efeitos da suplementação de creatina na potência e força anaeróbias em atletas treinados. Int J Sport Nutr Exerc Metab. 2017;27(6):497-505. PubMed: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28786028
Nota: A investigação sobre a creatina está em curso. Se tiver algum problema de saúde, consulte um profissional de saúde antes de começar a utilizar.
Conclusão: Deve usar creatina?
Quer o seu objetivo seja melhorar a força, a potência, a composição corporal ou a recuperação após treinos intensos, o monohidrato de creatina é uma das ferramentas mais seguras, acessíveis e eficazes disponíveis. A dosagem ideal é de 3 a 5 g/dia, e pode optar por um protocolo de saturação se procura resultados mais rápidos. Mantenha a consistência e combine o uso com treino de força e uma alimentação adequada.
Se procura uma recomendação de produtos de qualidade, consulte a creatina monohidratada da Foodelis ou explore o seu catálogo de suplementos .